Natasha Arsenio
Entre os dias 4 e 31 de agosto de 2013, Marilia Schüller, Assessora de Projetos em KOINONIA e Missionária da Junta de Ministérios Globais da Igreja Metodista Unida (IMU), realizou uma visita aos Estados Unidos com a missão de compartilhar experiências vividas no Brasil através de seu trabalho.
Este também foi um momento de aprendizado para Schüller. Simples atos como compartilhar refeições, conhecer e conversar com novas pessoas, além de partilhar sobre sua atuação em KOINONIA, geraram em Marilia um sentimento de pertença. “Isso me ajudará, certamente, em manter uma relação mais continua e mais fluida com essas e outras igrejas locais que eu venha a conhecer”.
Além disso, os desafios enfrentados pela IMU quanto à realidade em algumas congregações de redução ou ausência de crianças, jovens e jovens adultos na sua vida litúrgica e comunitária puderam ser mais bem entendidos pela Assessora de KOINONIA.
De acordo com ela, várias congregações são formadas de adultos e pessoas da terceira idade. Isso acaba gerando também outras dificuldades, como a financeira. Algumas comunidades passaram a não ter condições de fazer a manutenção de seus espaços físicos eclesiais, por exemplo. Essa realidade é um desafio não apenas para a Igreja Metodista Unida como também para outras denominações na América do Norte e na Europa.
Outro objetivo da visita foi a apresentação de informações relacionadas ao Brasil. Entre os tópicos, dados populacionais, índices de pobreza e alfabetização, bem como outros dados sobre economia (por exemplo, os produtos que mais exportamos e dados sobre comércio entre Brasil e EUA) estiveram presentes nas rodas de conversa.
“As pessoas compreenderam que há uma semelhança na experiência da população negra americana e brasileira, pois a realidade histórica da escravização de africanos em ambos os países é um fator que contribuiu diretamente para a presente desigualdade existente internamente nos dois contextos quanto à falta de equidade étnico/racial de seus cidadãos” – analisa Marilia.
Schüller analisa a visita de forma positiva: “Ajudou-me a aprofundar a compreensão de ‘conexionalismo’ e de que pertencemos juntos à missão da IMU tanto lá, como aqui no Brasil e em outras partes do mundo. A partir desta reflexão, resgatei aspectos sobre a missão da Igreja Metodista Unida como o chamado a transformar as estruturas sociais e que, como servos de Cristo, somos enviados ao mundo para nos engajarmos na luta pela justiça e reconciliação, buscando revelar o amor de Deus para homens, mulheres e crianças sem distinções étnico/raciais, culturais ou de nacionalidade. Entendo que tais compreensões são coerentes com meu ministério e com a própria missão de KOINONIA de promover valores libertários e prestar serviço a grupos vulneráveis e em processo de emancipação social e política, promovendo a justiça e direitos”.