No último domingo (14.09), lideranças religiosas de diversas denominações participaram de um ato inter-religioso na concentração dos trios que desfilaram na Parada LGBT de Salvador. O tema deste ano foi “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro.
KOINONIA, juntamente o Conselho Inter-religioso da Bahia (CONIRB), Mulheres EIG (Evangélicas por Igualdade de Gênero), Conselho Baiano Ecumênico de Igrejas Cristãs (CEBIC), Terreiro Olufanjá, Centro de Umbanda Paz e Justiça, Paróquia Bom Pastor, Igreja Católica Romana (Grupo Diversidade Cristã) e Mães pela Diversidade se reuniram para demonstrar apoio às pessoas LGBTs, através do acolhimento fraterno e sensibilização das pessoas quanto a necessidade do respeito e garantia de direitos, pois as pessoas LGBTs têm o direito de viver e envelhecer sem renunciar sua fé.
Na oportunidade, foram partilhadas mensagem de fé, acolhimento, esperança e respeito à diversidade.
Ana Gualberto, Iyalorixá e Diretora Executiva de KOINONIA, deu boas vindas aos presentes e falou sobre a importância do acolhimento às pessoas LGBTS, pois o sagrado não faz acepção de pessoas e que as pessoas LGBTs têm o direito de viver de forma plena e de envelhecer com dignidade.
Rê, da Diversidade Cristã de Salvador (Paróquia Ascensão do Senhor), mulher trans, partilhou sua felicidade em ver pessoas diversas celebrando na parada e, como mulher trans, que caminha pela diversidade religiosa, luta para que as pessoas possam ter espaço de fala, bem viver e possam existir como qualquer outra pessoa. Ressaltou que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo.
Ogan Elias Conceição, homem hétero, do Candomblé, coordenador do Conselho Inter-religioso da Bahia, ressaltou a importância do respeito ao direito de todas as pessoas independente da sua sexualidade. Não importa como trilhar, o importante é trilhar no caminho do amor.
Maria Nunes, Mãe pela Diversidade, falou sobre o evangelho do dia e a exaltação da Santa Cruz, chamando atenção para os “crucificados” de hoje, referenciando às pessoas LGBTs, convocando os presentes para “descer da cruz” e viver sua dignidade plena, seu direito a vida plena, caminhando na diversidade da fé e do amor, pois Deus tem todas as formas, cores, raças e gêneros.
Dagmar Santos, mulher evangélica, cis, hétero, da Mulheres EIG falou que a Ruah divina não faz acepção de pessoas. Deseja que nossas orações nos levem para ação e a fé nos leve para a defesa intransigente da dignidade de todas e quaisquer pessoas.
Pastor Luciano, da Igreja Batista Nazareth, homem gay e cis gênero, falou que a diversidade além de ser linda, maravilhosa, celebrativa, é divina. Afirmou que Deus não nos ama porque é bonzinho, Ele não precisa de migalhas, Ele nos ama porque fazemos parte de um projeto de diversidade.