Texto de Lidia Lima, assessora de projetos em KOINONIA, Magno Luiz, educador social em KOINONIA, e Natasha Arsenio, jornalista em KOINONIA.
No dia 1º de agosto aconteceu em São Paulo um significativo encontro ecumênico como parte das comemorações dos 30 anos de KOINONIA. O evento teve como objetivo destacar a importância da instituição e do ecumenismo na luta contra os fundamentalismos ao longo das últimas três décadas, além de discutir caminhos para fortalecer essa jornada no atual contexto de avanço do neofascismo na sociedade brasileira, especialmente em São Paulo.
O encontro foi inspirado pela reflexão de Ester Lisboa, que em uma das reuniões de preparação afirmou que “o afeto é uma arma contra a intolerância e que as articulações inter-religiosas são como abraços que fortalecem a todos nessa jornada”. Essa perspectiva guiou as discussões e ressaltou a necessidade de união entre diferentes tradições religiosas para enfrentar os desafios atuais.
Vanessa Barbosa, assessora de campanha na ONG Casa Galiléia, Ideraldo Beltrame, Conselheiro Fiscal de KOINONIA, e Gedeon Alencar, professor da Faculdade Unida, iniciaram o diálogo. Relacionando suas histórias pessoais com a trajetória da instituição, eles destacaram o papel crucial que a mesma desempenhou, e continua a desempenhar, na luta contra o fundamentalismo e pela democracia.
Anivaldo Padilha, um dos fundadores de KOINONIA, relembrou que a organização “nasceu para lutar contra a tirania”. Segundo ele, durante todo esse período, o posicionamento institucional foi como uma força vital na defesa dos direitos humanos, engajando-se em diversas frentes.
“Quem viveu a década de 90, sabe o desencanto e a insegurança que tomava conta do nosso país. Mas, veja, como pode o povo de fé perder a esperança, se esta é uma necessidade ou uma sinalização, ou credo de qualquer grupo religioso? Esperançar, sonhar, lutar por Direitos. Koinonia celebra 30 anos rememorando essa história. Quem somou com a gente nesta luta? Quais grupos? Igrejas? Terreiros? Espíritas? Ateus? E os movimentos? Movimento LGBTQIAPN +, mulheres, somos tantos, não é mesmo? Quantas rodas de conversa contra a violência? Sobre fé e prevenção? 30 anos, e agora o que fazer? Com quem a gente pode contar? Quem estará por perto? Quem não mais estará? Quem deseja continuar somando? Quem já não mais deseja estar?”, refletiu.
A ocasião também proporcionou a oportunidade de se olhar para o futuro, questionando sobre quais os novos caminhos devem ser seguidos e como KOINONIA pode continuar contribuindo para a defesa da democracia e dos direitos de todas as pessoas. Em um momento de tantas incertezas, a certeza que emergiu foi a necessidade de união e ação conjunta para enfrentar os desafios futuros.
“Fazer 30 anos é um convite para recalcular a rota. Olhar a história e identificar o que fica e o que segue. Mas acima de tudo: é demonstrar afeto e respeito pelas pessoas e pelas histórias que construímos na luta por direitos”.
KOINONIA, reafirmando seu compromisso com a luta ecumênica e democrática, seguirá sendo um rio largo de água corrente, lutando para garantir os direitos de todos e todas.