Por Priscila Cardoso
No mês de Abril celebramos mais um ano de existência de Koinonia, instituição comprometida com a luta pelos direitos humanos.
Desde a sua fundação, em 1994, renascendo de outra instituição ecumênica, a organização passa a se dedicar na área educacional, na promoção de direitos e no trabalho ao lado de comunidades urbanas e rurais, sempre se atualizando nos debates.
Atualmente, se baseia em três eixos, que perpassam cada projeto e participação ativa da organização:
Mobilizações ecumênicas e da sociedade civil – promovendo o diálogo interreligioso, posicionando o ecumenismo como parte de um projeto político em defesa da vida, além de relações com movimentos sociais atuantes no país.
Diretos das comunidades negras tradicionais e superação do racismo – trabalhando a luta antirracista e a perspectiva étnico/racial em todas as dimensões dos trabalhos, aumentando a presença de pessoas negras entre as lideranças da instituição e do movimento ecumênico.
Direitos de gênero, sexuais e reprodutivos – através da aproximação com movimentos de mulheres e LGBTQIA+, promover o aumento da participação de mulheres, principalmente mulheres negras, e pessoas LGBTQIA+, além de fortalecer ações de combate à violência sexual e de gênero.
Ao unir fé à luta política, Koinonia ousa em nos fazer enxergar que as pessoas religiosas estão inseridas na sociedade, em vez daquela imagem comum nos espaços de fé, como “separadas deste mundo”.
Sabemos o impacto negativo que o discurso religioso excludente pode gerar na luta pela igualdade social. Em meio a disputas de poder e posição política, esse tipo de fala – em nome de Deus – dissemina a discriminação e legitima a intolerância. Compreender-se como parte da religião correta e fechar as portas para o diálogo, nos afasta de um dos principais objetivos de ser comunidade: a comunhão.
Não é à toa que esse é o significado de Koinonia: comunhão.
Para além das paredes de uma comunidade de fé, para além dos discursos de ódio disfarçados de opinião, para além da diversidade, tão rica, que existe entre nós.
A cada ano que passa, podemos vislumbrar a resistência presente e ativa dessa organização.
Então, vamos celebrar! Celebrar a luta, a comunhão e a vida!