Feijoada do Ogun Já: ancestralidade e cultura marcam o 13 de junho em São Gonçalo

Uma das atividades mais tradicionais de São Gonçalo (RJ) reabriu suas portas para o grande público após dois anos de restrições máximas impostas pela pandemia. Com cerca de 200 pessoas, a reabertura da Feijoada do Ogun Já uniu fé, diálogo e ancestralidade na tarde da última segunda-feira (13).

Impreterivelmente nesta data, a Feijoada do Ogun teve início como um sinal de devoção à Santo Antônio e ao orixá Ogun, por parte do saudoso babalorisá Kayambe do Ogun, ainda em seus primeiros anos de iniciado ao candomblé. Ao se tornar babalorisá e fundar o Ilê Aṣè do Ogun Já, nos anos 1980, a tradicional feijoada passou a ocorrer no referido terreiro, um dos mais antigos da Nação Efon na cidade.

Com sua partida para o Orun, coube à ialorixá Juçara de Yemoja a condução do Ilê Aṣè do Ogun Já e a manutenção de seu legado. Sob seu comando, a Feijoada do Ogun Já está prestes a entrar em pauta na Câmara Municipal de São Gonçalo para ser reconhecida como Patrimônio Imaterial da cidade.

Iyá Juçara de Yemoja ao centro

Este ano, a presença de políticos e lideranças religiosas de diferentes tradições demonstraram o compromisso do Ilê Asé do Ogun Já – Centro Cultural Santo Antônio de Catigeró com a promoção de diálogo em prol da liberdade religiosa. Ao fim do dia, dezenas de quentinhas foram distribuídas a pessoas em situação de rua, reafirmando que a tradição de matriz africana tem como base a alimentação em todos os sentidos.

KOINONIA esteve presente na edição desse ano, em mais uma ação em parceria com o Ilê Aṣè do Ogun Já.

Fotos: Divulgação/Ilê Aṣè do Ogun Já.