Visibilidade Trans: “Queremos igualdade, respeito e dignidade. Queremos mostrar que nós resistimos”

Edição Natália Blanco/ KOINONIA

O Brasil ainda se mantém como país que mais mata pessoas trans no mundo. E aqui é importante ressaltar que as experiências trans são diversas e são violentamente atacadas em suas vidas, seus cotidianos, subjetividades e atuação na sociedade. 

Na atual conjuntura política e de saúde nesta pandemia o e desgoverno de Jair Bolsonaro, a população trans no Brasil vem sofrendo ainda mais com a perda de direitos recém conquistados e a desatenção para suas demandas nas políticas públicas.

No dia 29 de janeiro de 2004, pela primeira vez na história do país, pessoas trans e travestis foram ao Congresso Nacional expor a realidade da nossa população, tão marcada pelos estigmas e violências do patriarcado, do racismo, da transfobia e de um sistema econômico que elimina as pessoas trans enquanto sujeitos políticos da sociedade.

A seguir leia a reflexão sobre a data pela ativista Thiphany Raphaela, parceira de KOINONIA:

Meu nome é Thiphany Raphaela Lopes, mulher trans e periférica, tenho 27 anos. Atuo como Navegadora de Pares e como Agente de Prevenção levando informação de prevenção para outras mulheres trans e travestis. Atuo nos movimento LGBTQI+ e luto pela igualdade de gênero e direito das pessoas trans, sendo ativista e referência na luta contra o HIV/AIDS na Rede de Jovens de São Paulo. Como mulher trans vulnerável que sofre discriminação e é estigmatizada, quero lembrar a todas/os que o Mês da Visibilidade Trans devemos a todas as pessoas trans que se foram em prol da luta e da igualdade, àquelas que sofreram e/ou sofrem transfobia.

O Dia da Visibilidade Trans representa a luta, a resistência, pois nós, mulheres e homens trans, sofremos diversas violências e sanções, as psicológicas, as físicas, as econômicas etc. Para mim o mais importante é informar e conscientizar a sociedadede como um todo sobre essa data tão importante para nós pessoas trans que vivemos todos os tipos de serceamentos, barreiras e assédios.

Nesta data tão especial, tão querida para mim, quero deixar um apelo: chega de transfobia, chega de matar nossos corpos, respeitem os nossos corpos, respeitem quem nós somos, apenas seres humanos! Queremos igualdade, queremos empregabilidade, queremos mostrar que nós resistimos! Sou uma pessoa trans e eu existo!