Corrupção na Região Serrana do Rio marca o descaso do poder público

Carolina Maciel

Mesmo tendo se passado mais de um ano da tragédia ocorrida em janeiro de 2011 na Região Serrana do Rio de Janeiro, nada foi feito até então pelos poderes públicos municipais e estadual.  A indignação e a denúncia giram em torno dos desvios das verbas federais recebidas pelos municípios da região, sobretudo, quanto à devolução das verbas aos cofres da União que tinham sido enviadas para a reorganização das cidades e amparo financeiro às famílias como subsídio e intervenção pós-tragédia.

Além disso, prefeitos e secretários foram afastados dos cargos por motivo de ilegalidade e fraudes em contratos e com o percentual das propinas em 50% das verbas destinadas à população.
Pouca coisa mudou desde a data da tragédia e, na verdade, a maior parte do movimento feito para a recuperação das cidades foi organizada pela própria população como também organizações solidárias às causas da região e por movimentos sociais. Enquanto isso, famílias inteiras encontram-se em estado de abandono, em situações precárias de vida e sofrendo com as constantes ameaças climáticas de uma possível nova tragédia.
É uma vergonha saber que a Controladoria-Geral da União (CGU) determinou a devolução de R$ 10 milhões ao governo federal por improbidade administrativa em uma situação de calamidade pública. Enquanto as pessoas sofriam, e ainda sofrem, por perdas irreparáveis e com falta de moradia, com a ausência do devido pagamento do aluguel social, da alimentação, do trabalho, os governantes articulavam manobras para enriquecer.
É inaceitável que governantes eleitos pela população não administrem a verba pública e, neste caso, emergencial e de forma adequada. Para além do afastamento de prefeitos e secretários, ações efetivas precisam acontecer, afinal, se lida com a vida e com o meio de sobrevivência das pessoas. É necessário que denúncias sejam feitas às autoridades, que a população se manifeste, que abrace a causa da Região Serrana para que os direitos plenos sejam respeitados e exercidos.
É imprescindível que a população se una para indignar-se quanto ao descaso do poder público às centenas de famílias. Não podemos ficar de braços fechados enquanto a população carece de apoio, de que o estado do Rio de Janeiro volte seus olhos para essas pessoas que precisam de assistência e que a população se manifeste apoiando a causa da Região Serrana.
É no sentido de lutar por melhorias na Serra que o  Projeto Emerge Rio, de apoio a Região Serrana, lançado por ACT Aliança e implementado por KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, tem como objetivo responder à situação de emergência em três municípios da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, castigados pelas inundações e deslizamentos acontecidos na madrugada de 11 de janeiro de 2011: Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.
 
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