Aliança ACT: Comunidades luteranas organizam comitês permanentes de solidariedade

Márcia Evangelista

Por Fundação Luterana de Diaconia – FLD Notícias*

IECLB organizou comitês de solidariedade

Depois da tragédia, vem o momento de respirar fundo, olhar à volta e pensar sobre a melhor forma de reconstrução. Para isso, as comunidades da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) de Nova Friburgo e de Petrópolis (RJ) criaram dois comitês permanentes de solidariedade – um em cada cidade – que estarão trabalhando de forma articulada com outras organizações da sociedade civil e com o poder público no longo processo que vem pela frente.

Uma das parcerias já está identificada. É a Aliança ACT, que emitiu no sábado, 15, um alerta internacional com o objetivo de buscar apoio para minimizar a tragédia. A partir do alerta, divulgado em todas as redes e em todos os canais de comunicação mundiais, organizações e entidades, em todo o mundo, interessadas em auxiliar poderão fazê-lo também via ACT. As organizações brasileiras membro da aliança – Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Coordenadoria Ecumênica de Serviços (CESE), Diaconia, Koinonia e Christian Aid/Brasil –, junto com a Ajuda da Igreja da Noruega (AIN), o Serviço das Igrejas Evangélicas na Alemanha para o Desenvolvimento (sigla em alemão EED) e Pão para o Mundo (PPM), que também integram ACT, vão atuar de forma coordenada e por meio de organizações e de comunidades eclesiásticas locais, como as da IECLB.

O que está faltando com urgência?

“A primeira ação dos comitês vai ser verificar o que falta, a partir da realização de diagnósticos, para depois então planejar o que fazer e onde fazer. Dessa forma, queremos atender as questões mais urgentes que ficam desassistidas por uma razão e outra, evitando o desperdício de recursos e a duplicidade dos esforços”, afirmou o pastor sinodal do Sínodo Sudeste da IECLB, Guilherme Lieven, em entrevista por telefone na quarta-feira, 19, ao voltar de Nova Friburgo e de Petrópolis. “Ao mesmo tempo, precisamos pensar no médio e longo prazo, quando a atenção da mídia e das pessoas for desviada daqui.”

Lieven chegou no local na segunda-feira, 17, depois de dirigir 800 quilômetros desde São Paulo, onde fica a sede sinodal. “O quadro é desolador, mas nossos ministros e membros das comunidades estão ativos. Depois da morte, é preciso pensar na vida”, afirmou.

A presidente da Comunidade Luterana de Nova Friburgo, Nadia Athayde, por exemplo, está alojando pessoas desabrigadas, na casa que divide com sua mãe. “Ela recebeu 18 pessoas até agora, que perderam suas casas, roupas, tudo”, contou Lieven. Outro exemplo é do pastor Adélcio Kronbauer, que se alistou como bombeiro voluntário e está ajudando na distribuição de alimentos em áreas mais distantes da cidade, levados por um caminhão do exército. “Quando o caminhão chega, o clima é nervoso e tenso – pode juntar um grupo de 100 pessoas ou mais que estão precisando de comida”, relatou o pastor sinodal.

No que se refere à ajuda emergencial, já existem alguns indícios das necessidades mais urgentes. Há roupas em excesso, mas faltam fraldas geriátricas para os asilos de idosos e faltam roupas íntimas para as mulheres, as crianças e os homens que estão nos abrigos.

Dentro desse contexto, a melhor forma de as comunidades distantes ajudarem é financeiramente, justamente para que se compre os produtos ou material que não estão chegando junto nas doações.

Em termos de médio e longo prazo, o pastor Adélcio Kronbauer, que integra um dos comitês, lembrou que a infraestrutura da cidade está afetada, ou seja, área educacional, cultural, de lazer, habitacional. Também a estrutura familiar de muitas pessoas foi destruída, tanto no que diz respeito a perda de bens materiais, do emprego – mas muito mais grave, a perda de familiares e amigos. “Teremos, como já vimos em reportagens, crianças órfãs. Quem vai cuidar delas, onde vão ficar? São muitos aspectos que precisam ser avaliados com calma, para intervirmos – mesmo com recursos limitados – ou colaborarmos no planejamento”, disse.

Os comitês luteranos estão determinados a fazer um trabalho significativo na região. “Estamos comprometidos a fazê-lo de forma conseqüente – também no que se refere à destinação dos recursos doados -. Daqui uma ou duas semanas todo o aparato estatal será deslocado e ficarão muitas feridas que deverão receber cuidados. Queremos nos preocupar com elas com serenidade e sabedoria”, disse o pastor Adélcio.

 

O Sínodo Sudeste disponibilizou uma conta bancária para doações:

Conta Bancária Sínodo Sudeste – IECLB, CNPJ 02511070/0001-30

Banco Itaú

Agência 0057

Conta corrente 48031-1

Os depósitos devem ser informados pelo endereço sinodosudeste@luteranos.com.br

 

Este conteúdo foi produzido pela Assessora de Comunicação da Fundação Luterana de Diaconia (FLD)

Jornalista Susanne Buchweitz (Reg. Prof. 5788)

Fotos: Adélcio Kronbauer/IECLB

 

 

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