Ministro revela otimismo acerca do futuro das relações entre Estado e movimentos sociais

Márcia Evangelista

Débora Ludwig e Hugo Fonseca

Um dos pontos altos da 4ª Jornada Ecumênica, que aconteceu entre 11 e 15 de novembro em Itaici/SP, foi a visita do ministro-chefe das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha. Sua participação se deu no penúltimo dia do evento, sábado, no painel intitulado “A Afirmação dos Direitos Humanos, Sociais, Culturais e Ambientais na Construção da Incidência Pública e Política”, que também contou com as presenças de Jorge Atílio Iulianelli e Marcelo Durão, representando respectivamente o fórum brasileiro da ACT Aliança (FE Brasil) e os movimentos sociais (Via Campesina e MST) respectivamente.

Originalmente prevista para trinta minutos, a fala de Padilha cativou os/as participantes da Jornada por mais de duas horas. Nela, Padilha traçou analogias a partir de dados pontuais do Brasil atual, como aqueles relacionados à extração de petróleo no país e os esforços pela erradicação da miséria. “Atualmente, 30% dos engenheiros do Brasil trabalham na Petrobrás ou em alguma empresa que presta serviços a esta estatal. Pouco tempo depois de iniciarmos a exploração do pré-sal, 20% do maquinário mundial para extração de petróleo disponível no mundo estará sendo utilizado no Brasil. Estes dados, por si só, demonstram a dimensão das conseqüências desta nova realidade para nosso país. Ao mesmo tempo, mesmo que nos últimos oito anos cerca de 30 milhões de pessoas tenham saído de uma situação de pobreza absoluta, 21 milhões ainda vivem abaixo da linha pobreza.”

Durante o debate, Padilha enfatizou que a cobrança, fiscalização e diálogo com os movimentos sociais é uma das interfaces mais importantes para a efetivação de um projeto de desenvolvimento que seja comprometido com os direitos humanos, sociais, culturais e ambientais. Falando sobre os povos Quilombolas, o ministro afirmou: “ainda há muito que ser feito, mas o simples fato desta questão estar sendo tratada com respeito e cuidado já é algo inédito na história de nosso país”.

 

A Jornada Ecumênica recebe apoio financeiro da CESE, Christian Aid, CREAS, FES/CNBB/Caritas Brasil, Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Igreja Metodista Unida – GBMG (EUA) e Igreja Unida do Canadá.

Para saber mais sobre a Jornada: www.projornada.org.br

Contato: projornada@koinonia.org.br / comunica@koinonia.org 

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