Nota de Esclarecimento do Programa Nacional de DST e Aids

Helena Costa

Em relação aos artigos “Segurança só com abstinência” e Combater a aids, publicados neste sábado, 25 de novembro, nos jornais O Globo e Jornal do Brasil, esclarecemos que:
 
1- A defesa da abstinência proposta pelo artigo do cardeal-arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, D. Eugenio Sales, vem na contramão de estudos em todo o mundo que vêm demonstrando o baixo impacto da estratégia de abstinência na luta mundial contra a aids. Segundo um desses estudos, da universidade norte-americana de Yale, divulgado em 2005, a promoção isolada da abstinência é não só ineficaz, como pode ser prejudicial, uma vez que o estudo constatou que os jovens norte-americanos que participaram de programas de promoção da abstinência apresentaram maiores taxas de infecções de transmissão sexual ao iniciarem a sua vida sexual.
 
2 – Alem disso, dizer que a eficácia da camisinha é uma “falsa informação”, como diz o artigo é ir contra o consenso científico mundial, baseado em uma série de pesquisas que exaustivamente comprovam ser a camisinha a melhor barreira para a transmissão sexual do vírus. O uso da camisinha é atualmente a forma mais segura e eficiente para evitar a disseminação sexual não só do HIV, como de outras doenças sexualmente transmissíveis para as pessoas com vida sexual ativa;
 
3 – A promoção do uso do preservativo, para as pessoas que optam por manter vida sexual ativa, é um dos pilares da política brasileira de prevenção as DST e aids, e, aliada à política de acesso universal ao tratamento, tem demonstrado os resultados positivos da resposta brasileira ao hiv e aids, reconhecidos mundialmente;

4 – É inegável o mérito das entidades religiosas católicas no trabalho desenvolvido no enfrentamento da aids, tanto no mundo, como no Brasil.

Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional de DST e Aids

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