Carta Manifesto da Frente em Defesa do Estatuto da Igualdade Racial do Município de Salvador
Processos históricos e ideológicos como a escravidão, a colonização, o branqueamento e o mito da democracia racial, forjaram padrões, subalternidades e exclusão contra a população negra no Brasil.
Segundo dados do IBGE de 2017, a cidade de Salvador tem sua população composta de aproximadamente 82% de negros (pretos e pardos) e por apenas 17% de pessoas autodeclaradas brancas. Ainda segundo este mesmo levantamento, o IBGE aponta a cidade de Salvador como a capital da desigualdade. Dados alarmantes como a diferença de cerca de 67,8% entre os salários de pretos e brancos indicam como o racismo condiciona a vida da população negra nesta cidade.
Reparação, retratação, igualdade racial e equidade precisam ser premissas de um Estado comprometido com o seu povo. Para assegurar o combate às iniquidades, sobretudo as que interseccionam raça, gênero e classe, e que constroem distância social no Brasil entre negros, indígenas e brancos é necessário vontade política, compromisso com a história e com a justiça devida à população negra deste país.
Direito à dignidade da pessoa humana, direito à vida, direito à liberdade de culto e outros aspectos básicos contidos na Constituição Brasileira necessitam de instrumentos garantidores, mecanismos que transformem princípios ideais em concretudes na vida dos indivíduos marcados pela exclusão. O Estatuto da Igualdade Racial do Município de Salvador é uma das ferramentas fundamentais para a promoção da justiça e da equidade social.
A Frente em Defesa do Estatuto da Igualdade Racial de Salvador é composta por corpos em luta, vontades sinceras e entendimentos engajados; se coloca para exigir a discussão e votação desta lei; converge as experiências concretas de militantes do Movimento Negro e pessoas comprometidas com o enfrentamento das ofensivas de um projeto político excludente e genocida.
Não nos eximiremos, combateremos o racismo, o machismo, o ódio religioso, a LGBTfobia e garantiremos a existência e a inviolabilidade dos nossos corpos, direitos, consciências e subjetividades!
Vereador Silvio Humberto (PSB)
Vereadora Marta Rodrigues (PT)
Vereador Suíca (PT)
Vereador Marcos Mendes (PSol)
Deputada Estadual Olívia Santana (PCdoB)
Marcha do Empoderamento Crespo
Frente Makota Valdina
Unegro
Mahin – Organização de Mulheres Negras
Candances – Mulheres Negras e Jovens
Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas
Ilê Axé Torrun Gunan
Rede de Mulheres de Terreiro
Conselho Pastoral de Pescadores CPP
Instituto Búzios
Lista Negra
Instituto CEAFRO – Iceafro
Rede Nacional de Feminista Antiproibicionista
ABPN – Associação Brasileira de Pesquisadores Negros
Coletivo Negras – UFRB
Coletivo Angela Davis – UFRB
Grupo de Pesquisa Firminas Pós Colonialidade
Fórum Marielles
Campanha Brasil sem Racismo
Escolinha Maria Felipa
Campanha Parem de nos Matar
Campanha Fazer Valer as Leis 10639 e 11645
Capacidade Evolutiva
Afoxé Filhos do Congo
Movimento de Libertação da Mulher (Nordeste de Amaralina)
Rede de Sapatá
APAN Associação de Profissional do Audiovisual Negro
Rede Afro LGBT
Rede Nacional de Negras e Negros LGTQ
LECADIA – Laboratório de Estudos conexões Atlânticas e diáspora africana
COGITARE: Pesquisas sobre Corpo, gênero, representações e práticas de cuidado
Coletivo de Trans pra Frente
Coordenação de Políticas Afirmativas da UEFS – Propae
Grupo de Estudos Negros do Ifbaiano Santa Inês
UnaLgbt
Coletivo LESBIBAHIA
Mães do Arco-íris
Núcleo de Desenvolvimento Social e Cultura da Bahia – NUDESC
Transbatukada
Rede Trans Brasil
Associação de Remanescente de Quilombos e Povos Tradicionais de Entre Rios e Adjacências
Articulação de Lésbicas Brasileiras
União da Juventude Socialista
União Brasileira de Mulheres
União de Estudantes da Bahia
Círculo Palmarino
Instituto Cultural Caras e Bocas
Coletivo Luiza Bairros
KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço
Neste ano, especificamente em abril, KOINONIA celebra 25 anos de existência. Anos de muita luta por direitos, desafios e também de alegrias. Conheça KOINONIA.