Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é marcado pelo diálogo inter-religioso

FOTO000No último dia 21 de janeiro, o ponto de encontro para religiosos e religiosas e representantes de movimentos sociais e culturais do Rio de Janeiro foi a Central do Brasil. No “Trem da Liberdade”, eles partiram para o bairro Riachuelo, na zona norte da cidade, onde localiza-se a Igreja Ecumênica da Religião de Deus, na qual foi realizado um ato público dedicado à celebração pelo Dia Mundial da Religião e à reflexão sobre o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
 
Entre as ações estiveram o lançamento da iniciativa Somos Dignidade – que contou com a apresentação de Rafael Soares de Oliveira, diretor executivo de KOINONIA, e a leitura da íntegra do chamado global por Marilia Schüller, assessora de KOINONIA, e Leonardo Nogueira, do Levante Popular da Juventude; e a apresentação e entrega do Relatório Final sobre Intolerância Religiosa no Brasil elaborado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).
 
O momento também foi marcado pelo diálogo inter-religioso e pensamento comum de afirmação dos direitos humanos como modo de vida em sociedade e de estar no Planeta. O Ministro-Pregador da Religião de Deus, João Carlos de Carvalho, ressaltou a importância da união entre as doutrinas:FOTO013
 
“O clima que se respira no mundo de hoje é de guerra e intolerância. A presença de todos aqui, apesar das diferenças, mostra que ninguém precisa abrir mão do que acredita, da fé que professa ou ainda da fé que não professa; mostra que o importante é a realização do bem em nome do bem comum”, completou.
 
A data também foi celebrada em São Paulo. O ponto de partida foi o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Religiosos e simpatizantes tomaram o local em grito pela liberdade de expressão da Fé, direito à crença e por uma sociedade de respeito ao próximo, à natureza e à diversidade.
 
Em resposta à Intolerância Religiosa, cerca de 600 pessoas estiveram presentes também na Avenida Paulista, no Ato de Repúdio e Combate aos Crimes de Intolerância Religiosa. As ruas foram tomadas pela promoção da cultura de paz em nossas relações. 
 
A deputada Leci Brandão abriu as falas do ato saudando o povo de axé e ressaltou a importância da união:
 
“Nós estamos nos fortalecendo. Agora não é uma voz, são várias vozes. As pessoas estão entendendo que as religiões de matriz africana acolhem e reconhecem as pessoas; nós respeitamos os seres humanos”.
 
1607fb34-5ba0-480c-b6b1-e5dd9f58027eO Bloco Afro Ilú Oba De Min (mãos femininas que tocam os tambores para o rei Xangô), trouxeram a alegria ao som dos tambores e batuques. Este bloco composto exclusivamente por mulheres sai às ruas de São Paulo desde 2005 celebrando a cultura afro-brasileira e destacando a participação das mulheres no mundo.  Assim, a Avenida Paulista virou uma grande festa, com cantigas dos povos iorubanos.
 
“Não queremos saber de tolerância, queremos respeito! Os terreiros querem ser respeitados. Que nossas casas não sejam mais queimadas, que nossas crianças não sejam apedrejadas nas ruas, que nossas mães e irmãos não sofram retaliações quando saem vestidos com suas guias e suas roupas brancas”, destacou Roger Cipó, organizador do ato. “Nosso direito de existir deve ser assegurado pelo Estado, que ainda não é laico fora dos papeis”, completou.
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