Manoela Vianna
Foto: Marcelo Camargo para Agência Brasil – audiência pública, no bairro do Capão Redondo, zona sul, discutiu a violência na periferia de São Paulo. Na região ocorreu a primeira chacina de 2013, quando sete pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas.
A representante da Christian Aid no Brasil Mara Luz publicou um artigo sobre os altos índices de mortes entre os jovens brasileiros. O texto foi publicado no Dia Internacional da Juventude, 12 de agosto, no site da organização.
Mara apresentou informações de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que mostram que 1,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos foram assassinados, se suicidaram ou morreram em acidentes, entre 1996 e 2010. Os assassinatos entre homens jovens são tão comuns que a expectativa de vida caiu dois anos e sete meses em Alagoas, estado que tem os piores índices de violência do país. A maior parte as vítimas são jovens negros das periferias das cidades, como mostrou o Mapa da Violência 2013, citado pela autora.
O coordenador da Rede Ecumênica de Juventude Daniel Souza explica no artigo que esses dados mostram uma realidade de um racismo estrutural e de um processo de criminalização da pobreza.
O diretor executivo de KOINONIA Rafael Soares de Oliveira também deu depoimento para o artigo: "precisamos de um debate mais amplo sobre a necessidade de um desarmamento geral da população. Além disso, os policiais devem ser treinados para garantir que nas ocupações de áreas pobres os jovens devem ser incluídos socialmente e não recebidos com tratamento racistas.”
KOINONIA é uma das organizações parceiras da Christian Aid no Brasil. A Christian Aid apoia projetos nas comunidades mais pobres do mundo distribuídas por 40 países. As organizações promovem assistência às emergências e ações de desenvolvimento.