Natasha Arsenio
Foto: Natasha Arsenio
Aconteceu nos dias 29 e 30 de junho uma oficina do projeto “Apoio ao fortalecimento político e protagonismo das comunidades Quilombolas do Rio de Janeiro”, na comunidade de Santa Rita do Bracuí, em Angra dos Reis. O evento contou com a presença de representantes de quatro comunidades quilombolas da região Sul do estado: Santa Rita do Bracuí (anfitriã), Alto da Serra (Rio Claro), Ilha da Marambaia (Mangaratiba) e Campinho da Independência (Paraty).
A programação da oficina atendeu o principal objetivo do projeto que é fortalecer politicamente as comunidades através de ações que promovam a troca de saberes entre os participantes. Aproveitando isso, a fim de gerar um panorama do que está acontecendo no momento em cada comunidade, por meio de perguntas feitas por KOINONIA, foram geradas discussões de importantes problemas vivenciados pelos quilombolas.
– As discussões são importantes porque mostram que todas as comunidades enfrentam problemas e lutam por seus direitos. Isto nos ajuda a conhecer nossa própria comunidade e ao mesmo tempo conhecer e entender a história do outro, afirmaram os representantes da comunidade de Santa Rita do Bracuí.
Na segunda parte da oficina, Ana Gualberto, assessora de KOINONIA e responsável pela metodologia da oficina, conversou com as comunidades sobre o funcionamento dos três poderes do Estado, mostrando como estes influenciam na resolução de problemas quilombolas. Ana utilizou como exemplo as questões e dúvidas apresentadas pelos representantes na primeira parte da programação. De acordo com a assessora, é de suma importância a discussão constante de alternativas de fortalecimento do povo quilombola frente ao sistema que atende suas reivindicações. Uma interessante observação foi a de que o estabelecimento de um regimento próprio, elaborado através das associações de cada comunidade, pode auxiliar na luta a favor das causas quilombolas.
– Através da criação de um conjunto de normas internas, alinhado às necessidades de cada grupo, todo esforço a favor do trabalho e da luta quilombola ganha força, concluiu Ana Gualberto.
Além do bate-papo, as comunidades presentes tiveram a oportunidade de participar também do jogo “Terras Quilombolas – O Caminho da Titulação”, produzido pela Comissão Pró-índio de São Paulo. A finalidade da brincadeira é fazer com que o processo de titulação das terras quilombolas seja entendido de maneira dinâmica.
A prática auxiliou na compreensão das etapas que constituem o processo, pois, no decorrer da partida, os quilombolas esclareceram suas dúvidas ao mesmo tempo em que dividiam suas experiências e conhecimentos a respeito do assunto.
De maneira geral, na visão dos participantes, a avaliação sobre o encontro e os assuntos nele abordados foi positiva. A segunda oficina do projeto já tem data marcada: 24 e 25 de agosto na comunidade quilombola de Santana, em Quatis – RJ.
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