No dia 26 de julho de 2025, ocorreu a 14ª edição da Lavagem do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, ritual que celebra a ancestralidade africana e reforça a resistência histórica do povo negro. A cerimônia, realizada no sítio arqueológico conhecido como Pequena África, incluiu a limpeza ritual das pedras do cais com flores, água de cheiro e cânticos tradicionais afro-brasileiros, liderada pela iyalorixá Edelzuita de Oxaguian, com apoio da Fundação Cultural Palmares.
Participaram do cortejo diversos blocos culturais, como Filhos de Gandhi, Ziriguidum, MariAmas e Filhas de Gandhi, partindo do edifício Docas André Rebouças até o Cais do Valongo. O Cais do Valongo, reconhecido pela Unesco em 2017 como Patrimônio Mundial Cultural, é o maior vestígio material da chegada de africanos escravizados nas Américas, estimando-se que mais de um milhão de pessoas passaram por ali ao longo de três séculos.
Além do rito religioso, o evento contou com debate sobre políticas públicas antirracistas, apresentação musical, sarau de poesia e outras artes de matriz africana. Foi anunciado um investimento de R$ 86,2 milhões do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos para requalificação do edifício Docas André Rebouças, que hoje abriga a representação da Fundação Cultural Palmares no Rio, reforçando a presença institucional na região da Pequena África.
A celebração reforça a importância de preservar memórias e espaços históricos ligados à cultura negra, bem como a necessidade de reconhecer esses territórios como patrimônios simbólicos de identidade, pertencimento e reparação histórica.
Disponível em: Lavagem do Cais do Valongo celebra memória e resistência negra — Agência Gov
Fonte: Agência Brasil / EBC (via Fundação Cultural Palmares) — veículo institucional do governo federal, reconhecido. 28 de julho de 2025