KOINONIA participa de ato interreligioso promovido pelo Conselho Interreligioso da Bahia e Polícia Civil

Na manhã desta quarta (10.09) lideranças religiosas de diversas denominações participaram de uma visita guiada no Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), localizado no Bairro Engenho Velho de Brotas, oportunidade em que foi apresentada a Delegacia de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (DECRIN), criada em 21.01.2025, data em que também celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

A DECRIN possui uma equipe composta por 1 delegado de polícia, 1 escrivã de polícia, 1 coordenadora de políticas públicas, 1 assistente social e 7 investigadores de polícia e possui como área de atuação o município de Salvador. Contudo, vítimas de racismo e intolerância religiosa localizadas em outros municípios do Estado podem se dirigir à delegacia mais próxima de sua residência e, caso encontre dificuldades para fazer o registro da ocorrência, podem entrar em contato com aDECRIN, tendo em vista que a unidade também realiza as atribuições da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (COERCID), que possui capilaridade de atuação em todo o estado e recentemente disponibilizou para as delegacias um protocolo de atendimento às vítimas de racismo, intolerância religiosa e LGBTfobia a fim de nortear a condução dos trabalhos da polícia civil no interior da Bahia.

O Delegado Ricardo Amorim fez uma explanação sobre as ações realizadas pela delegacia até o presente momento, dentre as quais destacamos:

– A DECRIN registrou 336 ocorrências.

Janeiro	Fevereiro	Março	Abril	Maio	Junho	Julho	Agosto
19	31	45	42	38	40	61	60

– Foram abertos 165 procedimentos investigativos (41 inquéritos concluídos remetidos à justiça e 18 em fase de finalização);

– Até o momento foram realizadas 345 oitivas presenciais (desde termos de declarações, depoimentos e interrogatórios) e 21 oitivas online, nos casos em que testemunhas estão localizadas em outras cidades do interior da Bahia e em outro estado da federação;

– Foram realizadas 35 intimações; 185 ordens de missão e 56 respostas às requisições feitas pelo Ministério Público.

Na apresentação da unidade, contexto em que foi observada a preparação do local para acolhimento das vítimas, salas com isolamento acústico e treinamento dos profissionais para realização de escuta ativa e qualificada a fim de evitar a revitimização, torna-se necessário tornar este equipamento público conhecido, pois as subnotificações dos casos ainda é uma realidade a ser enfrentada.

Após a apresentação dos serviços realizados e disponíveis para os cidadãos, iniciou-se o diálogo interreligioso. Foram convidados a subir no palco do auditóriorepresentantes das Religiões de Matriz Africana (Candomblé e Umbanda), Espiritismo, Islamismo, Brahma Kumaris e das Igrejas Católica Romana, Anglicana e Batista.

Para Babá Josias de Xangô, presidente da associação Bominfá, independente da confissão religiosa, “somos todos irmãos e estamos lutando pela mesma causa: o respeito às nossas crenças”. O Babalorixá chamou atenção para o fato das lideranças serem apresentadas ao equipamento (desde a sua entrada) na visita guiada, pois é importante saber como o equipamento funciona para assim orientar às pessoas que precisem utilizar o serviço, destacando ainda que criação de um núcleo especializado de combate ao racismo e intolerância religiosa contribui para que a população negra seja vista enquanto cidadã detentora de direitos e não como infratores.