KOINONIA realiza visita técnica a conjunto penal feminino para ouvir detentas e planejar ações de promoção do Direito à Assistência Religiosa

Estiveram presentes líderes religiosos, especialistas no tema e equipe KOINONIA. Iniciativa reforça o compromisso institucional com a promoção de direitos e inclusão através do diálogo e construção coletiva.


Por Natasha Arsenio, jornalista em KOINONIA, e revisão de Camila Chagas, assessora jurídica em KOINONIA

Grupo de trabalho originado em roda de conversa realizada do Espaço Vovó Conceição realiza visita técnica em conjunto penal feminino. Foto: Acervo/KOINONIA


No final de maio deste ano, KOINONIA realizou uma visita técnica a um Conjunto Penal Feminino localizado em Salvador com o objetivo de conhecer as instalações e ouvir as mulheres privadas de liberdade. Esta iniciativa faz parte dos esforços do grupo de trabalho criado a partir da roda de diálogo sobre assistência religiosa de matriz africana, promovida por KOINONIA no Espaço Vovó Conceição (Terreiro da Casa Branca).

A visita teve como principal propósito identificar possibilidades de atuação que garantam o Direito à Assistência Religiosa para as detentas. A comitiva incluiu Camila Chagas (assessora jurídica em KOINONIA), Iyá Vilma de Odé (Ilê Axé Ode Ofa Aidan Orum), Djean Ribeiro (psicólogo, pesquisador e Abian), Ogan Elias (Conselho Interreligioso da Bahia – CONIRB), Ekedi Lindinalva de Paula e Joelma Pereira (ambas da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia – SEADES).

Para Camila Chagas, “a assistência religiosa é um direito garantido pela Constituição a todas as pessoas privadas de liberdade e deve ser acessado por quem o solicite. Sendo assim, a iniciativa proposta por KOINONIA, de fomentar o diálogo sobre assistência religiosa para pessoas do axé privadas de liberdade, é uma oportunidade de visibilizar essa questão para os povos de terreiro, uma vez que falta sacerdotes e sacerdotisas do axé que prestem esse serviço, mesmo havendo demandas nesse sentido”.

Durante a visita, o diálogo com as internas foi o foco. Participaram da roda de diálogo 21 mulheres, entre sentenciadas e provisórias. Destas, 17 tinham algum tipo de relação com as religiões de matriz africana, seja como iniciadas, simpatizantes ou outros vínculos, enquanto 4 se identificaram como evangélicas.

Este encontro proporcionou uma oportunidade valiosa para compreender as necessidades espirituais e religiosas das mulheres privadas de liberdade e fortalecer o compromisso de KOINONIA na promoção de direitos e inclusão social. A iniciativa reflete a importância de garantir que todas as pessoas, independentemente de sua situação, tenham acesso ao apoio religioso e espiritual de sua escolha, reforçando a dignidade e a esperança no contexto penitenciário.

Os próximos passos estão sendo construídos junto ao grupo de trabalho originado em roda de diálogo realizada no Espaço Vovó Conceição. As ações são parte de um processo contínuo de construção coletiva que, em breve, apresentará novos encaminhamentos e atividades.

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