Márcia Evangelista
O Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes da Igreja Metodista (3ª. RE), em parceria com a Universidade Metodista de São Paulo e a Faculdade de Teologia, Rede Ecumênica da Juventude (Reju) e Grupo identidade/Faculdades EST, de São Leopoldo (RS) promoveu, entre os dias 1 e 3 de abril, o IV Encontro Afro-cristão, cujo tema foi “Juventude Negra, Sujeito de conhecimento e de direitos”. O evento será realizado no Campus Rudge Ramos.
O IV Encontro Afro Cristão acontece em um ano declarado pela ONU como Ano Internacional da Juventude e Ano Internacional para Afrodescendentes.
Ao final do encontro foi lançada a “Carta do 4º Encontro Afro-Cristão”. Leia a carta na íntegra:
CARTA DO 4º ENCONTRO AFRO-CRISTÃO
Compromissos negros
Nós, irmãs e irmãos de distintas confissões religiosas e experiências de luta em defesa da vida e de direitos – reunidas(os) no 4º Encontro Afro-Cristão, realizado entre 1-3 de abril na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo – fomos provocadas(os) pelas lutas e esperanças do povo negro, a refletir sobre as juventudes negras como sujeitos de direito e assumir os seguintes compromissos de incidência pública:
1. Construir, nas comunidades, possibilidades de diálogos e intervenções a partir dos Direitos Humanos com intuito de fortalecer as ações a serem desenvolvidas em decorrência do ano Internacional da Juventude e o ano Internacional dos afrodescendentes;
2. Oportunizar liturgias a partir das experiências corpóreas, identitárias e culturais das juventudes;
3. Fortalecer a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – a inclusão das temáticas (negra e indígena), nas Escolas Dominicais e de Formação Teológica;
4. Garantir espaços de participação e visibilidade para as juventudes, com equidade de gênero e etnia;
5. Organizar produções teóricas de estudos bíblicos que abordem temáticas a partir das diversidades e superação das intolerâncias;
6. Politização das Comunidades: organização por meio de conferências livres, para enviar o maior número de propostas para a II Conferência Nacional da Juventude (Cada comunidade deverá preparar pequenos fóruns e enviar as proposta aos delegados e delegadas municipais);
7. Fortalecer as campanhas nacionais contra o extermínio das juventudes.
Por fim, ao assumir estes compromissos, nos posicionamos como corpos negros que resistem às desigualdades e injustiças e continuam a afirmar e construir, em esperança, uma casa realmente habitável para todas as pessoas, em diversidade-irmandade.
São Bernardo do Campo, 03 de abril de 2011