KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, em parceria com a Christian Aid,constrói desde meados de 2013 a Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência apostando no potencial das comunidades religiosas para o acolhimento, buscando transformá-las em espaços de informação e prevenção da violência contra mulheres de diferentes faixas etárias.
A iniciativa nasceu da necessidade de trabalhar o tema da violência de gênero dentro das comunidades religiosas que, tradicionalmente, legitimam esses atos por meio de uma cultura de fé patriarcal, ainda que a presença feminina seja majoritária nestes espaços.
Segundo o IBGE, mais de 5 milhões de mulheres seguem alguma tradição religiosa e estas, ao sofrerem algum tipo de violência, têm medo da culpabilização por parte da igreja ou não se sentem confortáveis para se abrirem sobre o ocorrido, talvez por causa do discurso machista e patriarcal deferido pelos líderes religiosos.
A participação ativa de religiosos e suas comunidades na rede de proteção às mulheres em situação de violência pode, além de promover uma incidência nas políticas públicas previstas na legislação brasileira, também estabelecer um canal de apoio, acolhida e orientação.
Desde o ano passado, realizamos Rodas de Conversa, com a participação de mulheres e homens, lideranças e leigos de diferentes tradições religiosas e percebemos o quanto o tema é inerente e imprescindível. As reações dos(as) participantes reafirmam a necessidade de trabalharmos com o tema e a importância de vincularmos a Rede Religiosa de Proteção às Mulheres Vítimas de Violência à Rede de Enfrentamento, preconizada pela Secretaria de Políticas para Mulheres.
A Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência desenvolve:
• Ações interculturais e inter-religiosas para promover incidência pública e propor políticas públicas específicas para as mulheres com outras redes governamentais e não governamentais para o enfrentamento à violência contra as mulheres;
• Proteção, articulação, mobilização e proposição de políticas públicas específicas para as mulheres, atuando junto à rede de enfrentamento à violência contra as mulheres;
• Debates com homens e mulheres sobre enfrentamento a violência contra as mulheres nas comunidades religiosas, com diferentes parceiros da sociedade civil e órgãos públicos;
• Ações de incidência pública em agendas governamentais e da sociedade civil de mobilização para enfrentamento da violência contra as mulheres;
• Grupos de apoio a homens agressores, com foco na Lei Maria da Penha, como preconiza a Secretaria de Políticas para Mulheres.