Vigília Inter-religiosa reúne espiritualidades em solidariedade ao povo palestino

Na noite de 11 de julho, o Centro MAGIS Anchietanum, em São Paulo, foi palco de um encontro de fé, resistência e solidariedade. A Vigília Inter-religiosa “A Paz que Luta pela Paz” reuniu diversas tradições espirituais em um gesto coletivo contra a violência e em defesa da justiça e da dignidade dos povos oprimidos, com especial atenção à causa palestina.


O evento teve início às 19h30 com um café comunitário e foi cuidadosamente conduzido por momentos de oração, canto, silêncio e memória. A abertura, realizada no jardim, contou com representantes do CESEEP e do Anchietanum carregando bandeiras de países em guerra, simbolizando o caráter universal do clamor por paz.


Na sequência, o público foi conduzido por uma rica programação espiritual e cultural: mantras entoados por Sri Krishna Murti Das, cantigas afro-brasileiras com Tânia Sansone, leitura de textos sagrados islâmicos e cristãos, e bênçãos judaicas. Um dos momentos mais marcantes da vigília foi a leitura de nomes de vítimas palestinas, acompanhada do acendimento de velas e do refrão “Em nossa escuridão acende esse fogo que não apaga”, intercalando luz e lamento em um ritual de memória e resistência.


Inspirada no poema do bispo Dom Pedro Casaldáliga, a vigília propôs uma espiritualidade que se recusa a ser cúmplice da injustiça. “Dá-nos, Senhor, essa paz inquieta, que não nos deixa em paz” foi a prece que ecoou entre os presentes.

A iniciativa foi fruto da união entre diversas organizações, como o CESEEP, Anchietanum, SEFRAS, KOINONIA, representantes islâmicos e judaicos, além de lideranças indígenas. O encerramento ficou por conta do povo Pankararu, que realizou o toré — dança sagrada dos povos originários.

Para quem participou, a vigília foi espaço de acolhida, denúncia e esperança. Como afirmou uma das organizadoras: “Nossa espiritualidade não silencia diante da dor: ela se levanta em solidariedade com os povos que lutam por dignidade”.

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