Ainda impactados pelo espanto e a dor queremos registrar, com pesar, o falecimento, na madrugada do dia 10 de janeiro de 2015, na cidade de Teresópolis, RJ, do Rev. JOSUÉ DE OLIVEIRA. Sua travessia para os “páramos eternos” ou para a “terceira margem do rio”, no dizer de Guimarães Rosa, destino de todos nós, significa uma enorme perda não só para a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, sua igreja, mas também para o movimento ecumênico em suas diferentes dimensões e, especialmente, para KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, entidade na qual foi por muitos anos membro de sua diretoria.
Irrequieto, permanentemente inconformado com o endêmico empobrecimento teológico e ético-político de nossa tradição protestante brasileira, JOSUÉ foi um perseverante e instigante pesquisador das relações entre o Evangelho e a realidade humana, procurando sempre descortinar horizontes outros para oferecer às novas gerações uma leitura sempre mais plausível da herança evangélica. Já em idade madura, depois de longos anos como Presbítero Regente na Igreja Presbiteriana de Ramos, RJ, ingressou no Seminário César Dacorso Filho, da Igreja Metodista no Brasil, para buscar no estudo da Teologia respostas para suas profundas inquietações bíblico-teológicas que a perspectiva puritano-pietista na qual fora formado não alcançava responder. Ordenado Pastor assumiu a direção de diferentes comunidades nos limites do Presbitério Rio Novo com a mesma determinação de oferecer às pessoas sob seu cuidado pastoral uma perspectiva libertária, inclusiva e amorosa do Evangelho.
Ao término dos últimos acordes da música que foi sua vida, embora tristes por sua ausência física, nos alegramos pela sua “coragem de ser” o que foi e o incorporamos, ainda mais, em nossa vivência, na esperança de que os seus sonhos e a sua ousadia continuem em nossos gestos de amor e solidariedade.
KOINONIA se solidariza, na dor e na saudade, com sua esposa Aureni, filhas e filhos, demais familiares e seus amigos e amigas da Igreja Presbiteriana Unida, na certeza de que a música de sua vida jamais deixará de reverberar entre nós.
Zwinglio M. Dias