KOINONIA
Organizações da sociedade civil, religiosos e movimentos sociais promoverão no próximo sábado, 2 de novembro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, Atos Ecumênicos e Inter-Religiosos em Memória dos Mortos e Desaparecidos. Em São Paulo, a homenagem acontecerá no Ossário do Cemitério do Araçá. Já no Rio de Janeiro, o ato será realizado no Memorial às Vitimas do Regime Militar, no Cemitério Ricardo de Albuquerque. O memorial foi criado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, pois o local abrigou uma vala com as ossadas de 14 militantes, durante a ditadura militar, misturadas com os restos mortais de cerca de 2.000 indigentes.
A iniciativa tem o sentido de recordar e homenagear as vítimas da ditadura civil e militar brasileira. Em especial lembrar daqueles que foram presos, torturados, assassinados e cujos corpos nunca foram entregues aos familiares para que tivessem sepultamento condigno.
O grupo de organizações promotoras busca reforçar o desejo da Comissão da Verdade, da Comissão de Mortos e Desaparecidos e de todas as outras iniciativas que ocorrem nas diversas regiões do Brasil de acesso às informações que foram sonegadas nesses anos bem como a justa responsabilização das pessoas que cometeram tão terríveis crimes contra a humanidade. Ainda hoje não se sabe o paradeiro de muitos dos que foram perseguidos, presos, torturados e “desaparecidos”. Há indícios de que alguns foram jogados no alto mar, outros incinerados em fornos de usinas de açúcar, no Rio de Janeiro, e ainda outros simplesmente enterrados anonimamente como indigentes em covas rasas em cemitérios de periferia.
As entidades organizadoras acreditam que graças à determinação e empenho daqueles que assumiram tamanho risco e enfrentaram corajosamente o terror, a tortura e a morte, a ditadura chegou ao fim no Brasil. Hoje podemos vislumbrar um novo tempo de democracia, no qual os Direitos Humanos precisam ser reconquistados e respeitados.
Mas a versão atualizada da tortura e do extermínio continua a afligir especialmente os mais fragilizados da nossa sociedade. O Brasil ainda ostenta recordes de assassinato de jovens e adolescentes que são sumariamente eliminados por hediondos esquadrões da morte, autointitulados justiceiros. Assim, ainda há muito a fazer. Para os organizadores do ato, defender os Direitos Humanos é a busca pela garantia do nosso direito de viver em paz e justiça juntamente com aqueles a quem amamos e a quem devemos respeitar.
Serviço:
Ato no Rio de Janeiro
Promovem o ato o Conselho de Igrejas do Estado do Rio de Janeiro, Comissão Estadual da Verdade, Grupo Tortura Nunca Mais, Rede Ecumênica da Juventude (Reju), Iser, Iser Assessoria, Pastoral do Meio Ambiente ICAR-RJ e KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, CEBI, Grupo Memória, Verdade e Justiça, Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
Quando: 2 de novembro, sábado, às 10h, após a missa.
Onde: Memorial às Vitimas do Regime Militar. Cemitério Ricardo de Albuquerque: Estrada Marechal Alencastro, nº 1743 – Ricardo de Albuquerque – Rio de Janeiro – RJ.
Ato em São Paulo
Entidades Organizadoras: Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de SP, Comissão Nacional da Verdade, Comissão da Verdade Rubens Paiva, Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, Subcomissão Memória, Verdade e Justiça da Câmara Federal, Associação Cultural Nelson Werneck Sodré, Clai – Conselho Latino Americano de Igrejas, Comissão da Verdade da PUC, Sindicato dos Jornalistas SP, Conic – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, CUT Nacional – Secretaria de Políticas Sociais, CUT – SP, Fórum Ecumênico ACT Brasil, Frente de Esculacho Popular, Grupo Tortura Nunca Mais SP, KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, Levante Popular da Juventude, Mofic – Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs, Reju – Rede Ecumênica de Juventude, Sindicato dos Bancários SP, Sindicato dos Químicos SP, Sindesp, UGT – União Geral dos Trabalhadores.
Quando: 2 de novembro, sábado, às 10h30.
Onde: Ossário do cemitério do Araçá (acesso mais fácil pela Estação Clínicas do Metrô.
Mais informações: comunica@koinonia.org.br
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