Manoela Vianna
O início do ano de trabalho de KOINONIA coincidirá com o lançamento do projeto “Apoio ao fortalecimento político e protagonismo das comunidades quilombolas do Rio de Janeiro.” O projeto será financiado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e as ações buscarão promover o protagonismo dos quilombolas nos processos decisórios e fortalecer a identidade étnico-racial, cultural e política. KOINONIA trabalha com a temática quilombola desde 2000 e a partir dessa experiência, acredita que o fortalecimento de processos de formação, capacitação e de informação, envolvendo principalmente mulheres e jovens, são eficazes na luta contra e exclusão social sofrida por essas comunidades. Conversamos com a assessora de KOINONIA Ana Gualberto que explicou mais detalhes sobre o projeto
KOINONIA: Qual é o objetivo do projeto? E que ações serão realizadas?
Ana: O objetivo principal do projeto é o fortalecimento político das comunidades, desenvolvendo ações de formação, intercâmbio de saberes e produção de materiais informativos.
KOINONIA: Quais comunidades serão beneficiadas?
Ana: Atuaremos no estado do Rio dividido em quatro regiões que agregarão as comunidades existentes. São elas norte/noroeste, sul/sudeste, serrana/metropolitana e lagos. Acreditamos que beneficiaremos pelo menos 30 comunidades quilombolas.
Ana Gualberto em oficina em Angra dos Reis
KOINONIA: As ações de KOINONIA sempre procuram promover a equidade de gênero e o protagonismo das mulheres nas comunidades. Isso acontecerá também neste projeto?
Ana: Sim. Manteremos atenção especial para garantir a participação de mulheres e jovens, colaborando com sua presença nos espaços e nas ações deformação.
KOINONIA: A ACQUILERJ (Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro) é parceira deste projeto. Como se dará essa parceria?
Ana: Além de discutirmos com a ACQUILERJ todas as ações realizadas no projeto, garantiremos também com recursos visitas de monitoramento nas quais a diretoria da ACQUILERJ estará presente, dialogando com as comunidades.
KOINONIA: A luta pela garantia dos diretos das comunidades quilombolas também é uma luta contra o racismo no Brasil? E o antagonismo à promoção dos direitos quilombolas também pode ser considerado uma forma de expressão de racismo?
Ana: Sem dúvida. Ainda é difícil para o senso comum aceitar a existência das comunidades quilombolas. È mais fácil dizer que são as pessoas que não querem trabalhar e querem que o governo as sustente e lhes dê terras. Ainda é uma luta afirmar tanto a existência das comunidades como pautar na sociedade que a desigualdade continua existindo e sua origem é antes de social, totalmente racial.