Márcia Evangelista
Entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro será realizado o Seminário PANORAMA QUILOMBOLA – EDUCAÇÃO TERRA E CULTURA, que tem como objetivo ser mais um espaço de discussão, baseado em uma proposta interdisciplinar e plural. O seminário acontece no Campus Gávea da PUC (Rua Marquês de São Vicente, 225) e reunirá experiências e reflexões da academia, da atuação militante e dos gestores públicos sobre três dos campos temáticos mais importantes para a atual conjuntura quilombola: a regularização fundiária, a proteção, incentivo ou patrimonialização da cultura e a educação nas áreas quilombolas, seja ela escolar ou não escolar, de corte comunitário e tradicional ou associada aos projetos de desenvolvimento local.
O seminário é uma realização do Lapf– Laboratório de Antropologia dos Processos de Formação do Departamento de Educação da PUC-Rio,com apoio do Departamento de Direito e do KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço.
A novidade deste seminário está na ênfase dada ao tema da educação, que ocupará duas das quatro mesas redondas previstas. Com relação a este ponto, o organizador do evento e coordenador do Lapf, prof. José Maurício Arruti explica que, segundo o Censo Escolar de 2006, o estado do Rio de Janeiroconta com 14 Escolas situadas em áreas oficialmente reconhecidas como remanescentes de quilombos. Uma parte delas urbanas, situadas no município de Armaçãode Búzios (5). Mas as restantes rurais, situadas nos municípios de Araruama(1), Cabo Frio (4), Mangaratiba (1), Paraty (1), Quatis (1) e Valença (1). Os censos para os anos seguintes, que ainda estão sendo trabalhados, apontam, porém, para um crescimento substancial deste número, dobrando ou mesmo triplicando-o. Segundo este pesquisador, a classificação de uma escola como quilombola implica no direcionamento de mais recursos por meio do FUNDEB, mas também supõe melhorias nas condições materiais destas escolas, na formação dos seus professores e até mesmo a produção de material didático específico.
Diante disso, foram convidados pesquisadores e gestores dos sistemas de educação do Paraná, do Pará e de Pernambuco, entre outros estados, que possuem experiências neste sentido, assim como foi proposta a realização de um Mini-fórum com a presença dos gestores das secretarias de educação dos municípios do Rio de Janeiro com presença de escolas quilombolas. O objetivo é produzir um primeiro diagnóstico da situação escolar quilombola no estado. A representação estadual da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) no Rio de Janeiro, assim como as secretarias municipais de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro, Cabo Frio, Araruama e Armação de Búzios – responsáveis por mais da metade das escolas quilombolas do estado – já confirmaram presença.
Outra novidade do evento é a realização das Sessões Coordenadas, que reunirão trabalhos acadêmicos de diferentes campos disciplinares dedicados exclusivamente ao tema dos quilombos. Foram reservadas duas tardes para as Sessões Coordenadas e os interessados em apresentar trabalhos nelas ainda podem mandar resumos.
A UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro se comprometeu com o envio de um ônibus para o transporte de alunos e quilombolas para o evento.
Para inscrição como ouvinte ou para a inscrição de resumos, os interessados devem visitar o blog do Lapf:
http://lapf-puc-rio.blogspot.com/2009/10/seminario-panorama-quilombola.html
Veja a programação completa em anexo.