II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa (RJ)

Márcia Evangelista

Seis delegações internacionais confirmaram presença na II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que acontece no próximo dia 20 de setembro na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Religiosos da Nigéria, Angola, Congo, Argentina, Paraguai e Uruguai estarão na massa de 100 mil pessoas esperada pelos organizadores.

Praticamente todo o país enviará delegações e caravanas com representantes religiosos para a Caminhada. Dos 23 estados confirmados, São Paulo, Bahia e Espírito Santo têm o maior número de integrantes.

A II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa vai reunir integrantes de diversas religiões e movimentos sociais. Católicos, umbandistas, candomblecistas, budistas, islâmicos, muçulmanos, judeus, hare krishnas e evangélicos, além das etnias cigana e indígena, e agnósticos estarão presentes para cultuar sua crença.

A concentração foi marcada para as 10h do dia 20 de setembro, no posto 6 da praia de Copacabana. Serão quatro trios elétricos com músicas e cantos de todas as religiões, além de grupos rítmicos culturais e falas dos líderes religiosos.

Comissão convoca para última plenária antes da caminhada

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa convoca todos os religiosos para a última Plenária de Organização e Mobilização antes da II Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. O evento será realizado na próxima segunda-feira (14/08) a partir das 17h no auditório 33 da UERJ. A reunião, aberta ao público, contará com a presença de vários religiosos e representantes da sociedade civil. O objetivo é discutir os últimos detalhes e mobilizar a todos os cidadãos para este grande evento em prol da Democracia e Liberdade de Expressão Religiosa.

Local: UERJ – Auditório 33

Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ.

Comissão de Combate à Intolerância Religiosa

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) é um movimento sem fins lucrativos formado por diversas organizações religiosas, instituições estatais e vítimas de intolerância religiosa. Fundada em março de 2008, a CCIR se formou a partir da mobilização de religiosos em resposta a alguns acontecimentos sérios que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro.

Entre os mais graves:

1) Traficantes de drogas invadiram barracões, quebraram imagens e amaeaçaram de morte os religiosos que não se convertessem ao Evangelho;

2) Em comunidades dominadas pela milícia, os líderes começaram a perseguir os religiosos de matriz africana;

3) Uma mãe perdeu, provisoriamente, a guarda do filho

caçula porque a juíza entendeu que ela não tinha condições morais de criar a criança por ser candomblecista;

4) Um terreiro, em plena Zona Sul da cidade, foi invadido e depredado por quatro fanáticos neopentecostais.

Bom, fora algumas televisões, rádios e jornais que demonizam tudo aquilo que eles não entendem…

Seis meses depois, em 21 de setembro, a CCIR mobilizou 30 mil pessoas de todos os segmentos religiosos para uma caminhada na orla de Copacabana. Foi a I Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. A CCIR contou com o apoio da CNBB, Federação Israelita, Sociedade Muçulmana, Hare Krishnas, Budistas e Indígenas, entre outros.

Paralelamente às manifestações, a CCIR começou a entrar com representações na justiça para garantir o direito das vítimas. A ONG Projeto Legal atende gratuitamente as vítimas de intolerância religiosa. O jurista Luiz Fernando Martins atua com ações coletivas, representando a Comissão em vários órgãos do país. Recentemente Luiz Fernando conseguiu fazer com que a Comissão fosse a defensora do feriado de São Jorge na Suprema Corte do país.

A CCIR conseguiu a proeza de fazer com que o coordenador da Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro se tornasse membro da Comissão. Em pouco tempo, a Polícia Civil transformou-se em modelo para o resto do país, ao atualizar o sistema de registro de ocorrências com a Lei 7716/89 (Lei Caó), que prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão para crimes praticados contra religiosos.

A CCIR construiu ainda o Fórum de Diálogo Inter-religioso, que conta com a CNBB, Presbiterianos, Batistas, kardecistas, Ciganos e minorias étnicas. A Comissão elaborou a base do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e entregou as propostas ao presidente da República, no último dia 20/11/08, aqui no Rio de Janeiro. Neste momento, o plano de ação está sendo elaborado pelos religiosos.

Em março de 2009, ao completar um ano de trabalho, o desembargador Luiz Zveiter, presidente do Tribunal de Justiça RJ, passou a compor a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Por seu intermédio, o Procurador-Geral do Estado, Cláudio Soares, também tornou-se membro. Hoje, o TJ e o MP acompanham de perto todos os processos encaminhados pela Comissão.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, por meio de seus membros, entende que a sociedade quer e precisa refletir sobre a intolerância religiosa. Ainda há muito a ser feito. Hoje, há cerca de 35 atendimentos jurídicos e Registros de Ocorrências (R.Os) acompanhados. E, infelizmente, todos os dias nos chegam novos casos.

A meta da CCIR é distribuir em todas as delegacias, igrejas, templos, centros e terreiros o Guia de Luta contra a Intolerância Religiosa e o Racismo. A cartilha é elaborada pelo professor e coronel da Reserva da PM Jorge da Silva, com a finalidade de orientar a sociedade civil diante de um caso de Intolerância Religiosa.

Todo o trabalho da Comissão e do Fórum Inter-religioso é desenvolvido voluntariamente por seus membros e participantes. Não há apoio governamental, nem de políticos. Só o que nos move é a fé nos nossos ancestrais.

Saiba mais, acessando:

http://eutenhofe.org.br/index.php

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