Márcia Evangelista
Foi realizado entre os dias 9 e 15 de agosto, no campus da Universidade de Columbia Britânica, em Kelowna, Canadá, o Quadragésimo Concílio Geral da Igreja Unida do Canadá.
A Igreja Unida, em seu compromisso de parceria com organizações e igrejas ao redor do mundo, considerou importante garantir a participação ativa desses representantes
KOINONIA tem participação ativa na programação do Concílio
Na noite do dia 10 de agosto, KOINONIA participou de uma das “Opções de Aprendizado” (Learning Options), oferecidas aos delegados presentes ao Concílio, sob o tema “Alianças de fidelidade à vida face à realidade de dominação imperialista”. Necta Mendes Rocas, das Filipinas, da organização Aliança Mundial de Estudantes Cristãos (WSCF) e Mary Corkery, do Canadá, diretora da organização ecumênica KAIROS, participaram do painel, refletindo sobre a situação de trabalhadoras migrantes em Bangladesh e sobre as questões críticas de justiça e ecologia em relação às ações das mineradoras em terras indígenas na província de Alberta, Canadá. Focalizando a situação do Brasil, Schüller abordou as vinculações do sistema de dominação colonial, o tráfico de escravos e a continuidade do sistema de dominação ainda presente nas armadilhas do racismo e nas relações raciais no Brasil, com ênfase na situação das comunidades quilombolas.
Junto com Nora Carmi, cristã Palestina de Jerusalém, da organização Sabeel (Centro Palestino de Teologia Ecumênica de Libertação), Marilia participou no dia 11 de agosto, de uma das sessões da hora do almoço, que reunia todos os dias diferentes delegados ao Concílio. O tema foi “Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras” (Jeremias 18.1), com o sub-tema relacionado ao trabalho ecumênico pela paz. A representante de KOINONIA enfatizou em sua fala que o trabalho ecumênico pela paz no Brasil está diretamente relacionado à luta pela justiça e pelos direitos humanos – sociais econômicos, políticos, culturais e ambientais -, e que a incidência pública pela garantia de direitos é parte integral da luta pela paz. “Igualmente crucial é a luta pela liberdade religiosa. Esse aspecto da garantia de direitos assume cada vez mais importância no contexto da sociedade brasileira”, destacou Marilia.
Ainda no dia 11 de agosto, Marilia participou de mais uma das “Opções de Aprendizado”, que teve como tema “Justiça Racial”. Sob a liderança de Adele Halliday, do Ministério Inter-Cultural da Igreja Unida do Canadá, e em parceria com Cláudia Procula Narzari, indígena da Índia e participante da Conferência de Igrejas da Ásia (com sede na Tailândia), Schüller facilitou a oficina e a análise dos sistemas racistas de dominação, abordando a questão do poder e do privilégio racial, explorando em sua fala o modo como o racismo se manifesta de modo sistêmico mesmo nas igrejas e nas instituições cristãs. Segundo Marilia, “Foi muito importante ver a participação ativa de delegados e delegadas nas rodadas de discussões e na tarefa de traçar paralelos quanto ao tema e a realidade canadense”.
“Como representante de KOINONIA, agradeço à Igreja Unida do Canadá pela oportunidade de aprendizado e participação em seu 40º Concílio Geral. Quero deixar ainda meus agradecimentos especiais à Omega Bula, Diretora Executiva da unidade de Justiça Global e Relações Ecumênicas; Gail Allan, coordenadora do programa Relações Ecumênicas entre Igrejas e entre Religiões; Pat Elson, coordenadora do programa Pessoal em Missão e Christie Neuenfeld, coordenadora do programa de Educação para a Justiça, pelo engajamento, compromisso ecumênico e acompanhamento solidário para com todas as organizações parceiras presentes no evento”,
Matéria escrita a partir de depoimento de Marilia Schüller
Assessora do Programa Resc de KOINONIA e Missionária da Igreja Metodista Unida dos EUA.