Márcia Evangelista
Além do Ouvidor, estavam presentes à reunião na sede do Incra-RJ representantes da Polícia Federal; do Incra-RJ; do Departamento da Força Nacional de Segurança; do Iterj; do Ministério Público; de KOINONIA; da Ong Mariana Crioula e lideranças da Fetag, do MTL, do MST e da Arquimar.
A reunião, que teve como objetivo principal ouvir as denúncias de violência contra assentados rurais incluiu na pauta a resposta da Marinha à solicitação dos moradores da Marambaia. A Marinha respondeu ao pedido com o seguinte argumento: “O Ministério da Defesa (…) não identifica a necessidade ou a conveniência de ser realizada reunião da Comissão de Combate à Violência no Campo na localidade de Marambaia-RJ para tratar de assunto que se encontra na esfera deste Ministério. O ofício encaminhado pela Marinha destaca ainda o “não reconhecimento da Marinha do Brasil à existência de quilombolas na Ilha da Marambaia”.
Diante disto, os presentes resolveram pela realização de um encontro da Comissão de Combate à Violência no Campo, Seppir e Arquimar, em Brasília, para agendar a visita do Desembargador, Ouvidor Agrário e Presidente da Comissão, Gercino José da Silva Filho, à Marambaia. Desta vez a intenção é comunicar a reunião à Marinha, e não solicitar.
Em relação às denuncias dos moradores de coação e violência na Ilha, a Marinha justifica no documento que A ilha da Marambaia não se configura como campo ou área rural; trata-se de área militar pertencente à Marinha do Brasil, desde 1906; portanto, ali não existem conflitos fundiários; […] nenhum tipo de violência é praticada na ilha. A convivência entre a Marinha do Brasil e os residentes é harmoniosa.
A carta-resposta da Marinha nega ainda qualquer restrição à reforma das casas, entrada de pesquisadores na Ilha e, contraditoriamente, a realização de reuniões.