Congresso Brasileiro de Prevenção DST/Aids

Márcia Evangelista

O Programa Saúde e Direitos esteve presente no VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST/AIDS, realizado de 25 a 28 de junho, em Florianópolis.

Segundo Ester Lisboa, assessora do programa Saúde e Direitos, citando dados da Drª Mariângela Simão – Diretora do Programa Nacional de DST/Aids-, “A cada ano temos 2,5 milhões de novas infecções”. A estimativa de 2007 é de que 33,2 milhões de pessoas (entre crianças e adultos) vivam com o HIV em todo o mundo. Em média, 2,1 milhões de indivíduos morrem por ano em decorrência do vírus da AIDS no mundo. No Brasil são 600 mil pessoas contaminadas.

Ester destaca como ponto alto do congresso a participação da sociedade civil organizada. “A presença de diferentes organizações ligadas a pessoas que vivem e convivem com HIV e de lideranças religiosas que se posicionam a favor da causa da luta contra AIDS, fez com que o tema AIDS e religião fosse um dos destaques do congresso”, ressalta Ester.

Organizações religiosas e ecumênicas como KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, CNAIDS, CONIC, Pastoral da AIDS, entre outras, reuniram-se para conversar sobre o tema e estabelecer estratégias que possam auxiliar na prática de ações preventivas, tratamento e acompanhamento. “A Intolerância religiosa, que tem emergido de forma nefasta em vários setores da nossa sociedade tem contribuído para esse ressurgimento e evolução da AIDS. Diversas instituições religiosas não estão devidamente preparadas para responder a essa evolução e acabam por demonstrar preconceitos, estigmas e discriminações, a partir de posturas institucionais. Entretanto, o preconceito religioso não é monopólio das organizações religiosas; ele está presente nas várias esferas da sociedade, inclusive no serviço público de saúde”, destaca a assessora do Programa SD. Este foi o tema do pôster apresentado por KOINONIA e Diaconia durante o VII Congresso. A apresentação do pôster foi visto por diferentes lideranças religiosas e da sociedade civil.

A mesa “Práticas religiosas e experiências de diferentes matrizes”, foi um dos debates mais procurados, ficando algumas pessoas do lado de fora da sala. Apesar dessa procura, Ester Lisboa lamenta que o tema Aids e religião não tenha sido tratado com a importância que merece: “Infelizmente foi uma mesa mal organizada, não acrescentando conhecimento e sequer socializando as verdadeiras práticas realizadas tanto pelas comunidades cristãs, quanto pelas comunidades de matriz africana”.

Ester Leite destaca a iniciativa do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, com o GT Religião, que tem se empenhado para garantir a reflexão sobre o tema nos programas municipais do estado de São Paulo, com as diferentes tradições religiosas.

As lideranças religiosas reunidas em Florianópolis, participaram de diversos momentos de mobilização para evidenciar o tema AIDS e religião. Como resultado foi elaborado o documentoAids e Religiões: Recomendações ao Programa Nacional de DST/Aids”, que faz recomendações ao Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de DST/Aids e seus órgãos colegiados.

Leia na íntegra o documento “Aids e Religiões: Recomendações ao Programa Nacional de DST/Aids”

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