Comunicação Koinonia
Ecumenismo: testemunho e herança
O ponto alto da celebração ocorreu quando as pessoas foram convidadas a se dividir em grupos segundo sua iniciação no movimento ecumênico, da década de 50 à III Jornada.
Cada grupo deu testemunho de seu envolvimento e experiência com a construção das redes ecumênicas no Brasil e no continente latino-americano.
Década de 50: Início da rede ecumênica, quando representantes de diversas igrejas despertaram para a possibilidade de reunir diferentes crenças em torno dos mesmos ideais.
Década de 60: A herança dessa geração foi resumida em uma palavra: resistência. Foi então que as igrejas se uniram aos movimentos sociais na luta pelos Direitos Humanos. O grupo lembrou as palavras de ordem: “O povo unido jamais será vencido!”.
Década de 70: Momento de grande emoção quando as décadas de 60 e 70 se encontraram. Os representantes da década de 70 relembraram uma época em que as ditaduras que assolavam a América Latina obrigaram as entidades ecumênicas e os movimentos populares a assumir uma postura de unidade e resistência. Foram lembrados nomes de lideranças religiosas que morreram em nome desse ideal de justiça social.
Década de 80: O grupo destacou o fortalecimento do movimento ecumênico como resultado do enfrentamento dos regimes autoritários da década anterior. Foi o período do surgimento de importantes movimentos populares, como MST, MTST e a Teologia da Libertação, além dos encontros nacionais das comunidades eclesiais de base.
Década de 90: Participantes do grupo que iniciou a caminhada ecumênica no anos de 1990 identificaram-se como integrantes da chamada “geração Coca-Cola”, mas rejeitaram a identificação da década de 80 como “uma década perdida”. Para eles, houve diversos ganhos, como o início do movimento de estudantes de teologia e o início de articulações entre organismos ecumênicos e da sociedade civil na elaboração de políticas públicas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Também foi mencionada a participação das entidades religiosas no impeachment do presidente Collor.
I Jornada: Os jovens imprimiram ao evento vivacidade, alegria e festa, e tiveram voz e vez, embora sempre prestigiando e respeitando a voz da experiência.
II Jornada: Introduziu dois temas novos: a superação do modelo neoliberal e a adesão de igrejas neopentecostais e religiões afro-brasileiras ao movimento ecumênico, em que predominavam católicos e protestantes. A diversidade fortalecendo a luta em comum por justiça e paz.
III Jornada: O grupo mais numeroso, que reuniu aqueles que participam pela primeira vez de uma Jornada Ecumênica. Destacou a expectativa de receber essa valiosa herança e reforçar os sentimentos de esperança, solidariedade, justiça e paz para todos os povos e crenças, levando o ecumenismo para o trabalho junto às bases.