Walteir Silva Lima, de 34 anos, compartilha uma experiência de profundo trauma ao ser submetido a uma “sessão de exorcismo” aos 17 anos com o objetivo de expulsar o que líderes religiosos consideravam ser uma “maldição da homossexualidade”. A pastora da igreja onde congregava afirmou que Deus havia revelado sua orientação como uma maldição hereditária e, após o culto, trancou-o com outros membros para realizarem uma oração de libertação. Durante o ritual, foram invocados vários demônios, especialmente Pombagira, associada, segundo ela, à homossexualidade — após mais de duas horas, encerraram a sessão, alegando que ele estava possuído por uma “legião” de demônios e planejando uma nova tentativa no fim de semana.
Esse episódio expôs Walteir perante toda a congregação, que passou a tratá-lo como uma aberração; colegas evitaram contato e o excluíram socialmente. Apesar de ter permanecido na igreja por cinco anos, carregou profunda angústia, depressão e pensamentos suicidas. Seu diagnóstico recente com a síndrome de Guillain-Barré agravou seu estado, e ele enfrentou descrença e hostilidade até mesmo em outra igreja, onde um pastor chegou a dizer que a homossexualidade seria obra do diabo.
Hoje, Walteir busca justiça, acolhimento e reparação — lembra a importância de não desistir e faz um apelo por empatia: “A igreja não deveria ser um lugar de amor, acolhimento e empatia?”, questiona.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/07/22/minha-sexualidade-nao-e-maldicao-ele-foi-exorcizado-durante-cura-gay.htm
Fonte: UOL Notícias – 22/07/2025