Ebó Coletivo realizado em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia clamou por justiça no Julgamento do Caso de Mãe Bernadete de Ilhéus

Nota de Camila Chagas, assessora jurídica em KOINONIA

Nesta segunda (9), a Frente Nacional Makota Valdina e lideranças do movimento negro realizaram mais um Ebó Coletivo por reparação e justiça a Oxóssi, em frente ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, por ocasião do julgamento do recurso de apelação relacionado ao caso de Mãe Bernadete de Ilhéus.

O recurso foi acolhido e a sentença que negou o pedido de indenização por danos morais contra o Estado da Bahia foi anulada. O resultado do julgamento não foi apenas uma vitória para Mãe Bernadete, mas para todo o povo de santo na medida em que reivindica a reparação civil em um caso de racismo/intolerância religiosa.

O processo ainda não foi finalizado, fato que requer atenção de toda a sociedade, pois é necessário que o Estado da Bahia adote medidas de reparação pelos atos praticados por seus agentes, que deveriam ser promotores de segurança e não algozes em mais um caso de violência.

Foto: Acervo KOINONIA

Relembre o caso

Mãe Bernadete de Oxóssi, sacerdotisa do Ilê Axé Omí Ewá, foi agredida por policiais militares em 2010, quando os mesmos ingressaram no assentamento federal de reforma agrária Dom Helder Câmara, sob o pretexto de realizar busca e apreensão de drogas ilícitas motivada por uma denúncia anônima. Ao questionar os policiais, Mãe Bernadete foi agredida, puxada pelos cabelos e seu corpo colocado em cima de um formigueiro. No momento em que iniciaram as agressões, Orixá Oxóssi incorporou em Mãe Bernadete e permaneceu com ela durante toda a ação policial.