Texto por Natasha Arsenio, jornalista em KOINONIA.
Durante o Julho das Pretas, o município de Camamu, na Bahia, foi palco de ato pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O evento reuniu mais de 50 mulheres e jovens de 20 comunidades negras dos municípios de Camamu, Maraú e Igrapiúna, promovendo um dia de reflexão, expressão e resistência.
A programação teve início com um café solidário, promovendo um momento de partilha e união entre as participantes. Logo após, uma roda de conversa foi organizada, contando com a participação de diversas instituições e organizações, incluindo KOINONIA, CEJUSC, SEMAS, CREAS, CPP, terreiros de religião de matriz africana e a Quinta Feminista. Durante a roda, foram ouvidas falas, poesias e depoimentos de várias mulheres negras das comunidades rurais, que compartilharam suas experiências e perspectivas sobre os desafios enfrentados.
Em um momento de grande simbolismo, os participantes confeccionaram cartazes com frases de impacto, abordando temas como violência de gênero e feminicídio. Esses cartazes foram usados em uma passeata que percorreu as ruas de Camamu, levando mensagens de conscientização e denúncia à população. A caminhada culminou em frente ao fórum da comarca, onde foi realizada uma grande roda de encerramento. Ali, as mulheres, jovens e demais participantes expressaram seu repúdio às injustiças e violências enfrentadas, formando um mosaico de cartazes que simbolizou a luta e a resistência das mulheres negras.
O evento não apenas celebrou o “Julho das Pretas”, mas também reforçou a importância da luta contínua contra a violência de gênero e pela valorização das mulheres negras em toda a região.